quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Declaração de Princípios

Algumas pessoas, às vezes, nos perguntam o porquê de havermos fundado mais uma igreja. Afinal, segundo seu entendimento, já há muitas igrejas no mundo e, se o Deus é o mesmo, o Cristo é o mesmo e o Espírito Santo é o mesmo, por que haveríamos de precisar de mais uma igreja?
É uma questão importante, sem dúvida. E esteve dentro dos nossos corações antes mesmo de nos ser formulada por outras pessoas.
E uma primeira resposta é: não se trata apenas de mais uma igreja.
Ocorre que o ser humano inventou a discriminação, inventou a exclusão, inventou a acepção de pessoas.
E esses instrumentos, durante séculos, foram usados juntos com a bíblia para fazer pessoas de bom coração ficarem do lado de fora das igrejas. Usando estratégias de exclusão, deixaram ao desabrigo da Palavra pessoas que precisavam dela para viverem íntegras.
E depois reclamaram que essas pessoas viviam uma vida sem Deus, esquecendo-se que as portas das igrejas foram fechadas para elas!
Fundamos uma igreja para resgatarmos esta enorme dívida, utilizando como resgate não apenas a nossa convicção pessoal de que somos filhos de Deus. Fizemos mais: com coragem, nos apegamos à palavra, que diz:
"Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: ninguém que nele crê será confundido. Porquanto não há distinção entre judeu e grego; porque o mesmo Senhor o é de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo"

(Romanos 10:9-10, 12-13).

Uma segunda resposta é: fundamos uma igreja diferente, capaz de compreender, receber e aceitar a diferença: a diversidade. Pois se até os dedos de uma mesma mão não são iguais, também os seres humanos são diferentes em sua forma de ver e viver a vida.
Acreditamos que aqueles que participam e perpetuam os signos e os instrumentos de exclusão não toma parte dos que sofrem os efeitos da exclusão, portanto, não se convencem facilmente da necessidade e da urgência da inclusão.
Ainda hoje, milhões de homens e mulheres estão falsamente convencidos de que não podem se sentir verdadeiros filhos de Deus, por conta das inúmeras formas de afastamento a que foram submetidos.
Nossa igreja é nossa tentativa sincera de mudarmos o mundo (para melhor) e transformarmos a sociedade num espaço de tolerância, de comunhão e de respeito à diversidade. Somos, portanto, parte da resposta da própria sociedade ao estado de saturação e de coerção produzido ao longo dos séculos.
Uma terceira resposta à pergunta do porquê fundarmos uma igreja é a nossa Declaração de Princípios, construída coletivamente, à época da fundação, e tornada documento de compromisso de toda a igreja.
Acreditamos que a nossa igreja é capaz de se empenhar verdadeiramente para cumprir, todos os dias, o decálogo previsto neste documento fundador.
Por fim, acreditamos que Jesus concedeu um mandato especial a todos os que Nele creem, para, em Seu nome, e sem medos, trazer paz ao mundo. A sua Paz.
Com estas quatro respostas, acreditamos poder saciar nossa angústia inicial, ao optarmos por fundar a igreja, assim como acreditamos poder satisfazer às dúvidas daquelas pessoas de bom coração que anseiaram (e ainda hoje anseiam) compreender as razões da existência da nossa querida Comunidade Cristã Nova Esperança.





Declaração de Princípios

I - Acreditamos no Deus onisciente, onipotente e onipresente (I Sam 16:7; Mt 19:26; Jr 23:23-24).

II - Acreditamos em Jesus Cristo ressuscitado, redentor, intercessor e salvador (I Jo 2:1).

III - Acreditamos na manifestação dos dons do Espírito Santo consolador e expressão da vontade de Deus (I Co 12:7-11).

IV - Acreditamos na Bíblia Sagrada como única regra de fé e como palavra inspirada por Deus (II Tim 3:16).

V - Acreditamos que todo ser humano tem liberdade e discernimento para buscar e receber as palavras da Bíblia Sagrada, tendo responsabilidade por sua interpretação (Jo 3:16-17).

VI - Acreditamos que todo ser humano tem direito de se abrigar sob a fé cristã, receber a Jesus Cristo como seu salvador e usufruir das graças de Deus, independentemente de sua diversidade humana, ou seja: de raça/etnia, de nacionalidade, de gênero, de orientação sexual, de idade, de ideologia política, de ancestralidade, de situação econômica e de outras (Rm 10:9-10,12,13).

VII - Acreditamos que o pastor da Igreja deva ser uma pessoa que demonstre inequivocamente seu amor ao próximo e à Comunidade, demonstre ter sólido conhecimento da Bíblia Sagrada e demonstre respeito incondicional a Deus, ao Espírito Santo e a Jesus Cristo, além de ter a conduta moral compatível com o cargo de líder espiritual da Comunidade (Hb 13:17).

VIII - Acreditamos que duas pessoas adultas têm o direito de documentar e ter reconhecido o compromisso de manterem-se unidas. E acreditamos que a Comunidade pode reconhecer e afiançar moral e espiritualmente esse compromisso, implementando esforços para a sua manutenção e para o seu desenvolvimento (Ecl 4:9-11; Hb 13:4).

XIX - Acreditamos que todas as pessoas que receberam Jesus Cristo como salvador, ou que declararem tê-lo recebido, são convidadas a participar da Santa Ceia, ocasião em que é repartido o Pão e o Vinho da Nova Aliança, em cumprimento aos preceitos do Evangelho de Jesus Cristo (Jo 1:12,13).

X - Acreditamos na Vida como um dom de Deus e acreditamos que todo ser humano tem direito a uma vida feliz, digna, livre e em comunhão com o próximo (Jo 10:10b).

São Paulo, 8 de agosto de 2004.

Comunidade Cristã Nova Esperança
CCNE – São Paulo

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